AS CANDEAS, quando casam os paxarinhos

"Hoje é  fevreiro,
manham Candeleiro
e passado Braseiro"    (Refrám Bergantinham)

Lembro-me de neno, quando chegavam as Candeas, ó 2 de Fevereiro, que á avoa dizia-me «hoje casam-se os paxarinhos». E tinha razom. Com a chegada das candeas a primavera estava mais perto. Os merlos, tordos … começavam os seus cortejos e cantos para encontrar umha parelha com quem criar. Ela era labrega com pouca escola nas costas, mais as suas classes de ciências naturais, nom tinham nada que envejar as de qualquer professor da escola. Era a sua forma bonita de explicar este ciclo da vida, lenda, de origem indo-europeia que cristianizou a igreja e que também se conserva em outras terras atlânticas como Eire (Irlanda).
Umha vez na escola em Carvalho, um amigo da Silva ó mestre renheulhe por nom saber sobre um escritor galego e este respondeu «e vostede sabe quando se casam os paxarinhos?». O educador nom soubo o que responder.
Sabemos mais sobre a trompa do elefante africano ou o bico do pelicano australiano que do mundo que temos ao redor. E possível que parte da nossa tradiçom oral milenar desaparecerá, mas ainda assim, os dous de fevereiro, os paxarinhos voltaram a casar.

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