A ABELHEIRA DE MONTE-MAIOR

As vezes penso quem será o último neno em nascer e viver em algumhas das parroquias da Laracha. Cal será o último velho em ter que abandonar súa casa, o seu lugar, e ir para viver o povo ou a calquer cidade com os seus. O lugar da Abelheira em Monte-Maior é um destes exemplos do despovoamento do rural. Um lar onde nom vive ninguém, e que  se as paredes falaram, cantas  cousas nos contaríam. Histórias que encheríam  bem folhas. Histórias como a do cruzeiro que ali hai. O cruzeiro de cimento que chamam de «Do de Gracias» (do de Graças). Dim que alí morreu um home e por isso  lho figerom. É curioso este cruzeiro, nom é de pedra como a maioría. Para as perssoas que nom tinham cartos como para fazer um de pedra, facían-lhos de cimento e também de madeira. Monte-Maior é a parroquía da Laracha  que mais cruzeiros tem, e umha parte de eles aínda nos días de hoje estám sem catalogar.
Além do cruzeiro, a Abelheira tem a honra de ser o lugar a máis altitude de Bergantinhos e bem seguro que de todo o norte da Crunha. Está a  523 metros acima do nível do mar, e ao pé do monte Cedeira ou tamém chamado Castelo, cumio de Bergantinhos e tamém do norte da Cruña com 601 metros de altitude.
Máis A Abelleira nom tem nome. Quitarom-lho como a outros moitos  das treze parroquías Laracheiras. Nom o entendo, e no entenderei por moita desculpa que ponham os que governam no concelho. Que direito tenhem a quitrar-lhe o topônimo do lugar?. Eles som máis modernos assi? …..
E possível que um dia destes nos troquem os nomes e nos ponham outros que mais lhes convenha a eles, ou nengúm, apenas um número se cadra … Com isto vem-me a cabeça o nome de um disco do grupo cercedense Zenzar, «disparados o futuro». Quem sabe, pode que A Abelheira seja  esse reflexo desse futuro bobalizado.
Mágoa de futuro!!!

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