A LÍNGUA INDÍGENA

Alá atrás umha nai e súa filha pequena forom o mercado de Carvalho para mercar peixe. A xureleira que lho vendeu, chamou-lhe  a atençóm a beleza da cativa e tamém que a nai lhe falara  galego a súa filha. «Ai mulher co bonitinha que é e fálas-lhe assi … pobrinha «.
O ouvir isso veume a cabeça algumha conversa que tivera  cum familiar meu que tinha estado emigrado num dos países do Amazonas. Cando lhe contava que meu pai tamém imigrante nessas terras, me falava dos nativos de alá que viviam na selva, de como nom precisavam de nada que nom lhe desse a natureza selvagem e po-los que eu sentia admiraçóm. Este familiar contestábame todo cheio de razóm, como eu pensava assi. Que nos tempos que vivíamos essa gente nom  podia viver dessa maneira. Que tinham que ponher  roupas, como a gente civilizada; que se tinham que ter umha casa, que as crianças tinham que ir a escola e ter televisóm; que tinham que aprender o espanhol e deixar de usar a sua língua …
«… umha televisóm para que?. E tamém umha  play-station e um cam de plástico que mexe e faga” ghuau”? .Que tenhem que hipotecar e vender os seus bosques  e recursos naturais o home branco para viver melhor?. Máis se eles som felizes assi. É a súa vida. E a súa língua … por que?. Em todo caso, teríamos nós que aprender a súa, que eles estám na terra deles.
El retorcia o fucinho e deciame «as chegar longe cas túas idéias»
É possível que a única semelhança que tem esta cativa bergantinhana com os nativos do Amazonas, é a língua indigena que mama da nai , da súa terra.
… máis a xureleira nom se enganava. A pequena selvagem é bem linda.
(Para todo-los pequenos selvagens que diariamente dam alento a língua da nossa tribo, apesar de que o home branco lhes chame pobrinhos …)

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