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Para ROSA "IM MEMORIAM"
Já há
algum tempo que ouvim falar dela, pouco mais do que lhe tinha passado. Nem o
nome, nem de que lugar era … só o que Garcia de Cerzeda tinha feito. Este
dia volvérom-me a falar da mesma. Chamava-se ROSA, e era filha de uns
humildes caseiros. Era umha boa rapacinha de dezesseis anos, moito alegre e
bonita do lugar de Buçarelos na Serra de Monte-Maior. Rosa tinha deixado de
ser moça de García e começou a falar com um mozinho de Soutulho. Um
dia quando Rosa vinha soinha pra casa, Garcia atalhouna no caminho e … «Abusou
de ela», «Desfíxoa toda e logo ela aforcou-se», «Esse é um salvagem»,
contáron-me os velhos.
Dim que a el nom lhe fixeram nada, que a família
de ela nom denunciou, já que eram caseiros dos pais do García e tinham medo de
perder a casa. Tudo se calou, mais o que nom conseguirom calar é a memória das
gentes.
Rosa nom tem adicada nengumha rúa, nem
monumento. No precisa. Tem algumha cousa mais importante graças aos velhos que
é o Recordo. Para todos
nós queda agora a herdança do recordo desta rapacinha, a que lhe roubarom
a juventude e a vida.
Para Rosa "IM MEMORIAM"
E ainda tantas Rosas há neste tempo...
ResponderEliminarO "Recordo" do Povo passa de geração em geração e imortaliza um triste acontecimento.
Gostei muito de te ler.
Grata pelas tuas palavras.
Um abraço e uma flor
Às vezes a vida nom é justa ... como a de Rosa (e tantas Rosas).
ResponderEliminarQuis berrar desde a minha Atalaia contra esse silêncio e manter súa memória viva.
Obrigas polo comentário, fiquei muito feliz.
Umha aperta e tamém umha flor ... de inverno.